A Direção Geral de Estatísticas de Educação e Ciência (DGEEC) acabou de lançar a edição 2025 dos relatórios que divulgam os resultados da situação após três anos dos alunos que ingressaram no ensino secundário. Os resultados são apresentados em 2 relatórios distintos, um sobre a situação dos alunos que ingressaram em cursos profissionais e outro sobre os alunos dos cursos científico-humanísticos.
Na análise realizada aos cursos profissionais, observou-se que a taxa de conclusão no tempo esperado foi mais elevada nas regiões Norte, Centro e Alentejo, com taxas de 76%, 75% e 74% respetivamente, com um destaque especial para os municípios abrangidos pela Comunidade Intermunicipal do Alto Minho, onde a taxa atingiu 82%. Estas são as regiões apoiadas pelo POCH no contexto do Portugal 2020 e agora pelo PESSOAS 2030, através do financiamento do Fundo Social Europeu Mais (FSE+). Nota-se também uma maior taxa de conclusão entre formandas do género feminino, com 74%, e entre os formandos mais jovens, com idade igual ou inferior a 15 anos no ano do ingresso, onde a taxa atinge os 84%.
Os formandos provenientes da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), particularmente de Angola e Brasil, apresentaram taxas de conclusão mais baixas, de 55% e 52%, respetivamente, nos cursos com 100 ou mais estudantes matriculados. Os beneficiários do Escalão A de Ação Social Escolar (ASE)* também mostraram um desempenho inferior à média, com uma taxa de conclusão de 61%, contrariamente aos do escalão B, que tiveram um desempenho conforme a média, alcançando uma taxa de 70%. Estes dados podem indicar que os participantes em situação de potencial ou efetivo desfavorecimento apresentam piores resultados ao nível das taxas de conclusão no tempo próprio.
Mais de 50% dos alunos de cursos profissionais estavam em áreas como Ciências Informáticas, Desporto, Hotelaria e Restauração, Audiovisuais e Produção de Média, e Turismo e Lazer. Em 19 das 26 áreas de educação e formação de cursos profissionais com mais de 100 alunos, as taxas de conclusão são iguais ou superiores a 70%, com uma média de 73%. Nos cursos com mais de 1.000 alunos, a área da Saúde destaca-se com a maior taxa de conclusão, atingindo os 79%.
Nos cursos científico-humanísticos, a taxa de conclusão no tempo esperado subiu de 55% em 2014/15 para 80% em 2021/22, mas recuou para 77% em 2022/23, totalizando um aumento de 22 pontos percentuais em oito anos, sendo assim superior à registada nos cursos profissionais. Essa diferença pode ser em larga medida explicada pela composição socioeconómica distinta dos alunos que frequentam cada uma dessas modalidades de formação de nível secundário e, nesse contexto, pela entrada precoce de alunos dos cursos profissionais no mercado de trabalho, antes de concluírem o seu percurso formativo.
* Escalão A da ASE: 1.º escalão do abono de família (rendimento anual até 3 363,01 euros); Escalão B da ASE: 2.º escalão do abono de família (rendimento anual entre 3 363,01 euros e 6 726,02 euros); Escalão C da ASE: 3.º escalão do abono de família (rendimento anual entre 6 726,02 a 11 434,23 euros).