A edição do Education at a Glance 2025 confirma que, no conjunto da OCDE, 48% dos jovens adultos (25-34 anos) concluíram o ensino superior. O ritmo de crescimento abrandou desde 2021 e as desigualdades de origem social continuam a condicionar o acesso e a progressão, apesar de alguns países estarem a reduzir o fosso. Em Portugal, a proporção de jovens, entre os 25 e os 34 nos, com ensino superior, subiu de 38% (2019) para 43% (2024), ainda abaixo da média da OCDE (48%).
O país destaca-se pelo elevado retorno económico do ensino superior: quem concluiu formação nesse nível ganha, em média, mais 74% do que quem tem apenas o ensino secundário. As taxas de conclusão no superior atingem 41% no tempo certo, 65% com mais um ano e 74% com mais três anos, ligeiramente acima da média da OCDE nas fases mais tardias. Recomenda-se reforço da preparação académica, melhor orientação e percursos curriculares claros, com apoios pedagógicos e sociais. Credenciais parciais e reconhecimento de competências podem valorizar percursos não concluídos.
Persistem ainda desafios estruturais: 38% dos adultos em Portugal continuam sem o ensino secundário; 46% dos 25–64 anos apresentam literacia no nível 1 ou abaixo; e agravou-se a pressão sobre o corpo docente, com envelhecimento acentuado e aumento de professores não plenamente qualificados, sendo este um fenómeno que atinge muitos outros países da OCDE – em Portugal, aumentou a proporção de professores sem qualificação plena (de 1,6% em 2014/15 para 6,5% em 2022/23), ao mesmo tempo que mais de metade do corpo docente já tem 50 ou mais anos. O relatório destaca ainda que o investimento por estudante em Portugal fica abaixo da média em termos absolutos, mas é elevado em percentagem do PIB per capita.
Outro sinal de alerta é a estagnação das competências. Apesar de mais diplomados, muitos adultos mantêm fracas literacias. Entre quem não tem secundário, a maioria consegue ler apenas textos curtos. A OCDE defende padrões exigentes e maior relevância dos percursos, incluindo competências aplicadas em situações reais de trabalho, vida quotidiana ou participação cívica e melhor sinalização das competências adquiridas pelos diplomados.
Estas conclusões remetem diretamente para as prioridades de intervenção do PESSOAS 2030 no domínio das qualificações, cofinanciado pelo Fundo Social Europeu Mais e Estado português. Para a formação inicial de jovens, o Programa apoia percursos de educação e formação profissional, cursos profissionais e outras modalidades de dupla certificação que reforçam a preparação técnica, reduzem retenções e facilitam transições para o ensino superior ou para o emprego. Orientação vocacional, estágios em contexto real e ligação às necessidades do tecido produtivo respondem ao apelo da OCDE para percursos mais claros e relevantes. O programa apoia também bolsas de ensino superior para estudantes carenciados, uma medida essencial para promover igualdade de oportunidades e combater as desigualdades de origem social que a OCDE continua a sublinhar.
Na qualificação de adultos, o PESSOAS 2030 investe na aprendizagem ao longo da vida: Centros Qualifica, através de processos de reconhecimento, validação e certificação de competências (RVCC), formações modulares certificadas e cursos de educação e formação de adultos, focando os apoios na capacitação de públicos com baixas literacias e pessoas em risco ou situação de exclusão social, como os desempregados de longa duração. Estas respostas são essenciais para elevar a taxa de população adulta com o ensino secundário, recuperar lacunas de competências básicas e técnicas, e dar valor formal às competências adquiridas na vida e no trabalho, alinhando com a recomendação de credenciais intermédias.
O Education at a Glance 2025 confirma o caminho encetado pelo PESSOAS 2030, na resposta aos principais desafios que continuam a colocar-se em matéria de mais e melhor qualificação, com impacto real na empregabilidade e nos salários. O PESSOAS 2030 está focado em contribuir para acelerar este progresso, apoiando jovens e adultos com percursos formativos inovadores, flexíveis e próximos das necessidades do país.
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