De acordo com o CEDEFOP, os Estados-Membros da UE têm feito um progresso constante na prossecução das metas para o EFP e aprendizagem ao longo da vida, mas algumas dessas metas ainda representam um grande desafio.
O estudo mostra que o EFP de nível secundário atrai quase metade de todos os alunos desse ciclo, com 8,8 milhões de matriculados em 2021, representando 48,7% do total, de acordo com dados do Eurostat. No entanto, observa-se uma discrepância de género, com 55,5% de homens contra apenas 41,6% de mulheres a optarem por essa modalidade de ensino, sugerindo uma necessidade de tornar o EFP mais atrativo para o público feminino. Em Portugal, o total de alunos matriculados em ofertas de EFP situava-se nos 38,8%, de acordo com a mesma fonte, sendo que as mulheres correspondiam a 33,4% desse total.
O EFP inicial prepara os jovens para o mercado de trabalho, mas também oferece oportunidades para prosseguimento de estudo para o ensino superior. Em 2021, 71,1% dos formandos de EFP de nível secundário superior na UE estavam matriculados em programas que dão acesso ao ensino superior e quase 40% dos jovens diplomados em EFP estavam comprometidos com o prosseguimento dos seus estudos. Em Portugal, 100% dos programas de EFP de nível secundário permitiam o acesso ao ensino superior, porque todas as vias de EFP são portas abertas para continuar a formação académica.
De acordo com o estudo, a internacionalização da EFP inicial é ainda um desafio, com uma taxa de mobilidade de formandos de apenas 2,1% em 2021, muito abaixo da meta de 8% estabelecida para 2025. Em Portugal a taxa situa-se nos 3,6%, o que coloca o país acima da média da UE e bem encaminhado para atingir a meta para 2025. Além disso, os alunos de EFP inicial aprendem em média 1,2 línguas estrangeiras, menos do que a média de 1,6 no ensino secundário geral. Neste indicador, Portugal está classificado abaixo da média, com os alunos de EFP inicial a aprenderem apenas uma média de 0,9% línguas estrangeiras.
Quanto à formação em local de trabalho, cerca de 60% dos recém-diplomados em EFP (2022) tiveram uma experiência de trabalho como parte dos seus estudos, atingindo a meta da UE de 60% estabelecida para 2025. Contudo, existe uma grande variabilidade entre os países. Portugal, está bastante acima da média da EU, com 74,3% dos formandos a usufruir de experiências profissionais durante a sua formação.
Os dados também mostram perspetivas de emprego favoráveis para diplomados de EFP inicial, com uma taxa de emprego de 79,7% em 2022, e uma meta de 82% até 2025. A taxa média de emprego para esses diplomados é 13,3 pontos percentuais mais elevada do que para os diplomados no ensino secundário generalista. Em Portugal a taxa de emprego dos certificados em EFP inicial atinge os 83%, já acima da meta europeia para 2025.
A aprendizagem ao longo da vida para adultos continua a ser um desafio, com 47% dos adultos (25-64 anos) a participar em ofertas de educação ou qualificação em 2022, na UE, um aumento de 3 pontos percentuais em relação a 2016, de acordo com o Eurostat. Em 2022, Portugal estava nos 44% de adultos a participar em ações de formação.
Também as competências digitais dos adultos precisam ser melhoradas. Na UE, apenas 53,9% dos adultos possuíam competências digitais básicas em 2021, bastante longe ainda das metas de 70% até 2025 e 80% até 2030, traçadas pela UE. Em Portugal, o número está nos 55,3%. O estudo revela também uma queda na proporção de adultos com baixo nível de educação formal na UE, para 20,5% em 2022, uma diminuição de quatro pontos percentuais desde 2015. Em Portugal o indicador situa-se bastante abaixo, nos 5,9%.
Aceda aqui a estes e outros indicadores que revelam os resultados das políticas de EFP inicial e contínua na UE e nos Estados-Membros.
Aceda aqui ao estudo sobre a situação do ensino e formação profissional e da aprendizagem de adultos na União Europeia.
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