Esta é uma data instituída pela ONU em 1989 com o objetivo de aumentar a conscientização sobre questões relacionadas com a população global.
Portugal, como muitas outras nações europeias, enfrenta uma crise demográfica caracterizada pelo envelhecimento acelerado da sua população. A taxa de natalidade no país tem diminuído enquanto a esperança de vida aumenta, resultando num número crescente de cidadãos idosos. Dados da Pordata, da Fundação Francisco Manuel de Melo, que divulgou hoje um estudo na matéria, revelam que Portugal é o primeiro país da União Europeia com maior proporção de agregados familiares só com um filho, no total das famílias com filhos. Dizem também que há mais de 2,5 milhões de pessoas com 65 anos ou mais. Este cenário apresenta desafios consideráveis para o sistema de saúde, segurança social e para a economia do país. Apesar disso, em 2023, Portugal superou os 10,6 milhões de habitantes, registando-se o maior número das últimas décadas. O estudo indica que, no ano passado, houve um acréscimo de 109 mil pessoas face a 2022 e que, pelo segundo ano consecutivo, os nascimentos no país aumentaram, relacionando a evolução populacional positiva com a imigração.
O Programa Pessoas 2030, através do investimento do Fundo Social Europeu Mais apoia as áreas do emprego, qualificações e inclusão social, alinhando esses apoios com a necessidade de responder aos desafios demográficos que Portugal enfrenta. O investimento total para o atual período de programação é de 6,7 mil milhões de euros, dos quais 5,7 mil milhões são provenientes do Fundo Social Europeu Mais.
A promoção da formação e das qualificações dos jovens e dos adultos é essencial para garantir que a força de trabalho portuguesa se mantenha competitiva e capaz de atender às exigências de uma economia em constante evolução. O investimento em educação e formação contínua aumenta a empregabilidade da população ativa e a sua produtividade, por via da atualização de competências. Estes fatores contribuem para uma maior qualidade de vida da população e um crescimento económico sustentável.
O foco na inclusão social e nas políticas que a promovem ajuda também a enfrentar o envelhecimento populacional. Assegurar que todas as pessoas, especialmente os idosos, têm acesso a serviços de qualidade e oportunidades de participação ativa na sociedade é fundamental. A inclusão de grupos minoritários, como os migrantes, fomenta também a igualdade de oportunidades para a força de trabalho de que Portugal tanto necessita.
O emprego, outro pilar do Programa PESSOAS 2030, desempenha um papel de relevo na estabilização demográfica. Incentivar a criação de empregos de qualidade, sobretudo para os jovens e desempregados de longa duração, bem como promover condições de trabalho justas e a igualdade salarial de género são estratégias essenciais para atrair e reter jovens no país, evitando a fuga de talentos e incentivando um equilíbrio demográfico saudável.
O Dia Mundial da População exige uma reflexão sobre as ações que Portugal pode tomar para enfrentar os seus desafios demográficos. O PESSOAS 2030 é o exemplo de como uma abordagem integrada e focada em qualificações, emprego e inclusão social pode contribuir para um futuro demográfico mais equilibrado e sustentável. O país responde assim aos desafios do envelhecimento populacional, e fortalece a sua base para um crescimento inclusivo e resiliente.