Na sessão de abertura estiveram presentes o Secretário de Estado Adjunto e da Educação, Alexandre Homem Cristo; o Presidente da Direção da ANESPO, Amadeu Dinis; a Vereadora com o pelouro da educação da Câmara Municipal da Covilhã, Regina Gouveia e o Diretor da EPABI, Hélder Abreu. Na sua intervenção, o Secretário de Estado da Educação defendeu a necessidade de se promover o fim do “estigma” que se abate sobre o ensino profissional enquanto via de ensino menos válida para os jovens do país.
O preconceito de que o ensino profissional é para os mais desfavorecidos é infundado e prejudicial. Na verdade, o ensino profissional oferece competências valiosas no mercado de trabalho e prepara os jovens para carreiras bem-sucedidas e essenciais na economia moderna. Esta visão distorcida desvaloriza trajetórias que contribuem significativamente para a evolução da sociedade e da economia e ignora a diversidade das pessoas, limitando oportunidades e perpetuando desigualdades educacionais e profissionais.
Na conferência inaugural foi debatido o tema “As antíteses do mundo digital ou os desafios da escola na era do imediatismo” ao que se seguiu a dinamização de painéis subordinados às seguintes temáticas:
– Atrair mais alunos para o ensino profissional;
– Projetos de carreira e fixação de jovens;
– (In)disciplinas, equilíbrio mental e emocional e inovação pedagógica;
– Recuperação de aprendizagens;
– Aprendizagens essenciais no ensino profissional.
O Vogal Executivo da Comissão Diretiva do PESSOAS 2030, Joaquim Bernardo, foi um dos convidados para debater o tema da “Recuperação de aprendizagens – como precaver, planear, desenvolver e avaliar”, em representação do Programa, a par com Ana Barroso do Departamento de Qualificação de Jovens da ANQEP e de Alex Fonseca, aluno do curso profissional de informática da Escola Profissional do Fundão.
Joaquim Bernardo, vogal executivo do PESSOAS 2030, na sessão paralela das Jornadas Pedagicas 2024 sobre recuperação das aprendizagens
O 2.º dia das Jornadas Pedagógicas 2024 foi aberto com a atuação do quarteto de saxofone da Escola Profissional de Artes da Covilhã e a conferência “Medicina Baseada na Evidência e também em Valores” com o orador convidado, médico psiquiatra e psicoterapeuta Prof. Diogo Teles e moderação de João Calvete, Vice-presidente da direção da ANESPO.
Depois das sessões paralelas, que voltaram ao debate dos temas iniciados no dia anterior, teve lugar a sessão de encerramento marcada pela participação de Amadeu Dinis e da Presidente da Comissão Diretiva do PESSOAS 2030, Ana Coelho.
Intervenção de Ana Coelho, Presidente da Comissão Diretiva do PESSOAS 2030, na Sessão de Encerramento das Jornadas Pedagógicas 2024
Durante os dois dias das jornadas foi criado um ambiente de reflexão e partilha que mobilizou mais de duas centenas de dirigentes, professores e técnicos das escolas profissionais de todo o território nacional.
A ANESPO, criada em fevereiro de 1991, é uma associação privada, sem fins lucrativos, que representa as escolas profissionais criadas a partir de 1989, que têm como principal atividade a realização de cursos profissionais. Estes cursos conferem dupla certificação: escolar (12º ano de escolaridade) e profissional (nível 4 do Quadro Nacional de Qualificações, alinhado por sua vez com o Quadro da UE). São cerca de 200 os estabelecimentos dispersos por todo o território nacional, que acolhem os alunos que, a partir da conclusão do ensino básico, optam por este percurso de três anos para concluir o ensino secundário. Quem opta por esta via, realiza uma parte significativa da sua formação em entidades empregadoras associadas à área profissional do curso que frequenta.
Durante o período de programação 2021-2027, o PESSOAS 2030 apoia a formação inicial de jovens, onde se concentra cerca de 33 % do seu investimento total, cerca de 2000 milhões de euros de Fundo Social Europeu Mais, acrescidos de 352 milhões de investimento nacional. Nesta área, a tipologia de operação “cursos profissionais” destaca-se com grande relevância. O Programa espera conseguir apoiar, até 2029, cerca de 366 mil jovens nesta modalidade formativa, visando que pelo menos 70% conclua esses cursos com sucesso no tempo próprio para o efeito, bem como atingir uma taxa de empregabilidade ou prosseguimento de estudos seis meses após a conclusão da formação de, pelo menos, 65 %.