O projeto IAPHP é uma iniciativa da Comissão Europeia, que teve início em março de 2023. Este projeto de dois anos é liderado pelo Instituto Politécnico de Viseu (IPV), e envolve mais seis parceiros de quatro países: a Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género (CIG), a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV), e a Community Impact, de Portugal, a PRAKSIS Association, da Grécia, a Fondazione Iniziative e Studi sulla Multietnicità (ISMU), de Itália, e a Victim Support Europe (VSE), da Bélgica.
O projeto visa proporcionar formação em mediação intercultural centrada na prevenção de práticas tradicionais nefastas. Estas práticas, como a mutilação genital feminina, o casamento precoce forçado e os crimes de honra, violam não só os direitos humanos, mas também causam danos físicos, emocionais e psicológicos às pessoas que vivem com as consequências dessas práticas, e às comunidades. As práticas tradicionais nefastas estão profundamente solidificadas em várias comunidades em todo o mundo, muitas vezes enraizadas na discriminação baseada no sexo, género ou idade.
No Toolkit do IAPHP reconhece-se a importância de abordar estas práticas, promovendo os direitos humanos, que devem ser universais e indivisíveis. Trata-se de um recurso prático que oferece orientação e apoio aos profissionais que trabalham nos sectores da educação, da saúde, dos serviços sociais e da justiça. Dividido em quatro secções – Prevenção, Deteção Precoce e Encaminhamento, Intervenção em Situações de Crise e Recomendações para Políticas e Práticas – o manual fornece uma abordagem multissetorial para lidar com práticas tradicionais nefastas.
O Toolkit do IAPHP é de livre acesso a todos os profissionais, de qualquer agência ou organização, bem como ao público em geral. Espera-se que este recurso aumente a consciencialização, a capacitação e a confiança dos profissionais que trabalham no combate às práticas tradicionais nefastas.
O PESSOAS 2030, no período de programação 2021-2027, vai dar apoio financeiro e técnico a organizações não governamentais de apoio a comunidades em risco de desfavorecimento, bem como a vítimas de violência de género. Através destes apoios o programa pretende também ajudar a reunir os recursos necessários para enfrentar e erradicar práticas discriminatórias, fortalecendo o compromisso com a igualdade, a justiça e os direitos humanos.