No seu artigo publicado no Expresso Online no dia 16 de agosto, António João Maia oferece uma análise detalhada dos dados recentemente divulgados pelo Eurobarómetro 2024 sobre a corrupção em Portugal. O autor destaca que, de acordo com o inquérito, “96% dos portugueses consideram que a corrupção é comum no país”, um valor bastante superior à média europeia de 68%.
Este dado reflete uma preocupação constante dos portugueses com o tema, mas Maia alerta que a perceção nem sempre reflete a realidade objetiva. “Uma coisa são as ocorrências de corrupção que têm lugar – a realidade objetiva da questão –, outra, diferente, são as perceções, ou impressões, que as pessoas têm sobre essa mesma realidade”, escreve o autor, sublinhando a importância de diferenciar entre os factos concretos e as perceções influenciadas por fatores externos.
O artigo também revela que os portugueses são menos tolerantes do que a média dos cidadãos europeus no que toca a práticas corruptas. Apenas 18% dos portugueses considerariam aceitável obter um favor ou presente em troca de um serviço público, comparado com 28% dos europeus. Para Maia, este dado “talvez contribua para a explicação do diferencial registado nas perceções da presença da corrupção em Portugal e nos outros países”.
António João Maia levanta ainda a hipótese de que “a perceção da corrupção evidenciada pelos portugueses seja mais induzida pela comunicação social do que propriamente pela realidade vivida pelas pessoas”. Esta reflexão é particularmente relevante no contexto atual, em que a corrupção tem sido um tema central no discurso público e mediático.
No contexto da gestão de fundos europeus, como a que é feita pelo PESSOAS 2030, as perceções negativas em torno da corrupção podem influenciar a opinião pública, gerando desconfiança sobre a utilização desses fundos. No entanto, é importante destacar que a gestão dos fundos europeus segue, atualmente, critérios já muito rigorosos de transparência e integridade. Neste contexto o PESSOAS 2030 aplica políticas antifraude rigorosas, garantindo que os recursos sejam administrados de maneira eficiente e ética, protegendo os interesses dos cidadãos e assegurando que todo o investimento contribua para o desenvolvimento sustentável e a coesão social. Este compromisso com a boa gestão é fundamental para combater as perceções equivocadas e reafirmar a confiança pública na gestão dos fundos europeus.
Para mais detalhes e uma leitura completa das reflexões de António João Maia, consulte o artigo no Expresso Online e visite o Observatório de Economia e Gestão da Fraude.