Relatório GEM 2023 da UNESCO avalia a tecnologia na educação

O Relatório Global de Monitorização da Educação da UNESCO 2023 (GEM Report 2023) analisa em profundidade o papel da tecnologia na educação e destaca preocupações com o uso excessivo de tecnologia nas escolas. O documento recomenda uma “visão centrada no ser humano” na utilização das tecnologias na educação e ressalta as lacunas no acesso.
2 de Agosto, 2023

De acordo com o relatório da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO),  o papel da tecnologia na educação tem vindo a provocar um  intenso debate. A tecnologia democratiza o conhecimento ou ameaça a democracia ao permitir que apenas alguns tenham total acesso? Promove a igualdade ou agrava a desigualdade? Oferece oportunidades ilimitadas ou leva a um futuro sem retorno e dependente da tecnologia?

Para a agência da ONU, as tecnologias de informação e comunicação têm o potencial de apoiar a igualdade e a inclusão no sentido de alcançar estudantes desfavorecidos e difundir mais conhecimento em formatos mais acessíveis. Em determinados contextos, a tecnologia  pode melhorar a qualidade do ensino e da aprendizagem de competências  básicas, incluindo as digitais. No entanto, a tecnologia também pode excluir e ser irrelevante e onerosa, ou até prejudicial. Os governos precisam de garantir as condições certas para permitir o acesso igualitário à educação, de regulamentar o uso da tecnologia de modo a proteger os estudantes das suas influências negativas e de preparar os professores para a sua utilização.

O relatório recomenda que a tecnologia seja introduzida na educação com base em evidências que demonstrem que ela seria “apropriada, igualitária, escalonável e sustentável”. A sua utilização deve atender aos melhores interesses dos estudantes e complementar uma educação baseada na interação humana.

No documento são também destacadas as disparidades criadas pela aprendizagem digital. Durante  a pandemia de Covid-19, 500 milhões de estudantes em todo o mundo foram negligenciados devido à introdução da escola digital, principalmente os mais pobres e os que vivem em áreas rurais. O documento observou um desequilíbrio significativo nos recursos online, favorecendo a Europa e a América do Norte.

Em Portugal, o PO CH, um dos programas do Portugal 2020 que antecedeu o PESSOAS  2030, investiu 115 milhões de euros do Fundo Social Europeu na Plano de Transição Digital da Educação, de forma a garantir que ninguém ficasse para trás. O investimento incluiu o financiamento de computadores portáteis, com a respetiva conetividade, para alunos do ensino básico e secundário com direito à ação social escolar e para os docentes. Incluiu também o apoio à formação contínua dos professoras em competências digitais, assegurando que todos possam usufruir de uma educação digital equitativa e inclusiva. Através desse financiamento foram entregues 174 209 computadores a alunos carenciados, 83 662 a docentes. Foram concetizadas cerca 33.035 participações de docentes em ações de formação em competências digitais até esta data.

Aceda aqui ao relatório GEM 2023 em inglês
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